Redundância polêmica
Sim, Eduardo. Um nome relativamente simples. Quatro vogais e três consoantes.
Desde o início da campanha dos prefeituráveis de Pelotas, em uma chamada veiculada em rádios e TVs, o candidato Eduardo Leite se apresenta diante da audiência apenas como Eduardo.
A frase é a seguinte: “Meu nome é Eduardo Leite, mas pode me chamar de Eduardo”.
Com o lançamento da campanha, muitos têm discutido qual a compreensão do público diante da redundância explícita. Seria uma falta de tato por parte de Dado? Um “tiro no pé” por parte do marqueteiro nos calçados de Edu? Uma tentativa fracassada de aproximação com o povo?
Dudu tentou se mostrar amigável, forçando uma cumplicidade com o eleitor. Como se chamar o candidato de “Eduardo” fosse muito mais amistoso do que chamar de Eduardo Leite. Não que não seja, mas a redundância incomoda.
A frase virou deboche, aguçando o apetite dos oposicionistas e eleitores em geral. Disseminada das redes sociais às mesas de boteco, a frase levou dúvida até mesmo aos aliados de Dudu.
Aquém da discussão e do cunho tratado como hilário por parte da população, obtemos na frase a essência de um processo de comunicação pura, passível de estudo por parte de profissionais da área. Estamos diante do grande viral da campanha 2012 pelo paço municipal.
Viral de campanha
De acordo com gráficos (veja ao lado) do projeto Monitor das Eleições de Pelotas/RS, realizado por professores e alunos dos cursos de Comunicação Social da UCPel e Design Digital e Gráfico da UFPel, os números de citações e menções ao nome de Eduardo Leite cresceu nas últimas semanas.
Discurso travado
De acordo com uma fonte que não quis se identificar, os textos de Duda são criados pelo marqueteiro da campanha e pelo próprio. Uma rápida análise da forma mostra uma grande falha por parte dos coordenadores e uma falta de senso de expressão em linguagem televisiva e radial por parte do candidato. O uso de palavras de difícil assimilação, como “cacoete” e “essência governamental”, acabam tornando difícil o acesso ao discurso. Um clássico exemplo de falta de coordenadoria especializada em linguagem, semântica e semiótica. Esses textos mal elaborados poderiam ser um fator mais forte para a diminuição do número de votos. Mais até mesmo que sua – já famosa - frase de apresentação.
Termos pensados para serem usados em discursos escritos, tornam Eduardo um ser alheio à realidade da maior parte da população. Um homem letrado, com o qual grande parte dos eleitores não se identifica. O texto coloca-o do outro lado. Como um prolixo qualquer, mesmo que seu discurso tenha ou não fundamento.
Ao analisar o caso da frase, não importa se o objetivo original foi ou não cumprido. O nome é Eduardo. Falem “mal” de mim, mas falem de mim.